A zona de São Vicente é conhecida como o local onde se planta Tinta Negra, no lado norte da ilha. São Vicente é caracterizada por uma geografia diversificada, com vales e encostas íngremes. Este vale, entre duas montanhas, beneficia de um microclima especial que permite uma melhor maturação das uvas.
A atribuição do nome São Vicente ao vale deve-se ao aparecimento de São Vicente à população na cova de um rochedo, pelo que lhe edificaram uma capelinha, sendo um santo de grande devoção. Não será também coincidência que, em França, São Vicente é o santo padroeiro dos viticultores e da vinha!
Capela ("capela como Calhau") em São Vicente - Madeira - Portugal.
Bilhete postal antigo circulado da Madeira (Portugal) para Paris (França), em 1902. Coleção particular Hugo De Oliveira.
Este Tinta Negra dos Villões - Vale de São Vicente provém de pequenas parcelas de vinhas velhas em São Vicente, onde os cachos pequenos e compactos permitem explorar todo o potencial ainda desconhecido desta casta em tinto.
A casta Tinta Negra faz parte do encepamento antigo das ilhas madeirenses, sendo ainda hoje a base para os vinhos que fizeram famosa esta ilha. Fora das ilhas madeirenses, é uma casta rara que se encontra apenas em regiões onde o mar está por perto, ganhando o nome de Molar ou Saborinho.
O seu papel no passado parece ter sido para “corar” as castas de vinhos brancos e dar uma certa aparência dourada aos vinhos. Para a produção de vinho tinto, foi sempre entendida como uma casta menor. Será? É isso que queremos descobrir.
Vinificação: As uvas vindimadas manualmente, transportadas em caixas de 20kg e selecionadas em mesa de escolha. Desengace 70% e cacho inteiro 30%. Fermentação espontaneamente, seguida de 40 dias de maceração. Estágio de 8 meses em barricas usadas de carvalho francês.
Produção: 2 700 garrafas.